Iniciar um cultivo orgânico em pequena escala é uma excelente maneira de cultivar alimentos saudáveis, contribuir para a preservação do meio ambiente e até mesmo criar uma fonte de renda adicional. Com a crescente demanda por produtos orgânicos, muitos agricultores estão buscando essa oportunidade.
Cada vez mais, as pessoas estão optando por ter uma horta orgânica como uma alternativa para escapar dos alimentos contaminados por produtos agroquímicos, que representam riscos para a saúde de consumidores e produtores, bem como danos ao meio ambiente.
Neste conteúdo reunimos as principais informações necessárias para começar seu próprio cultivo orgânico em pequena escala. Desde a escolha do local até as práticas de manejo sustentáveis, vamos explorar passo a passo como embarcar nessa jornada de sucesso. Continue lendo e confira!
O que é e como funciona o cultivo orgânico?
O cultivo orgânico é realizado por meio de métodos alternativos e modernos, que são baseados em um sistema sofisticado e complexo de técnicas agronômicas. O objetivo principal desse tipo de cultivo não é a exploração econômica imediatista e irresponsável, mas sim a exploração econômica a longo prazo, buscando manter a estabilidade e a autossustentabilidade do agroecossistema.
Conforme definido pela Lei nº 10.831 de 23 de dezembro de 2003, que trata da agricultura orgânica, um produto orgânico, seja ele in natura ou processado, é aquele obtido em um sistema orgânico de produção agropecuária. Esse sistema considera leis e princípios ecológicos e de conservação de recursos naturais como parte integrante do processo. Além disso, a agricultura orgânica prioriza as questões sociais, buscando preservar métodos de cultivo agrícolas tradicionais adequados ou aprimorá-los.
Dentro desse contexto, a agricultura orgânica pode ser definida como um sistema de produção que evita ou exclui em grande medida o uso de fertilizantes, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos sintéticos na produção de plantas e alimentação animal. O objetivo é utilizar métodos naturais e orgânicos para promover a saúde das plantas, a sustentabilidade do solo e a segurança alimentar.
No cultivo orgânico, são adotadas práticas como o uso de adubos orgânicos provenientes de compostagem, esterco animal e adubação verde. Além disso, são utilizados métodos de controle de pragas e doenças baseados em controle biológico, rotação de culturas, plantio consorciado, manejo adequado do solo e conservação da biodiversidade.
Principais benefícios de investir no cultivo orgânico
Investir no cultivo orgânico traz uma série de benefícios importantes em diferentes aspectos. Em relação à saúde, diversos estudos mostram que alimentos orgânicos possuem menos resíduos de agrotóxicos, reduzindo a exposição a substâncias prejudiciais.
O estudo “Organic agriculture in the 21st century” publicado em 2016 na revista Nature Plants trouxe importantes insights sobre a agricultura orgânica. No artigo, os pesquisadores John Reganold e Jonathan Wachter, do Departamento de Agronomia e Ciências do Solo da Washington State University, apresentaram um diagrama resumindo anos de estudos comparativos entre o manejo convencional e o manejo orgânico.
Os estudos comparativos entre agricultura convencional e agricultura orgânica revelaram vantagens significativas para esta última. Além da produtividade e qualidade nutricional, a agricultura orgânica apresentou melhorias na qualidade do solo, eficiência energética, preservação da biodiversidade, redução da poluição hídrica, maior lucratividade e redução de custos. Também se mostrou eficiente na prestação de serviços ecossistêmicos, geração de empregos e redução dos riscos ocupacionais associados ao uso de pesticidas.
A redução do uso de fertilizantes e pesticidas na agricultura orgânica também contribui para a redução da poluição do solo, água e ar. Além disso, a produção orgânica pode ajudar a diminuir as emissões de gases de efeito estufa.
No âmbito dos negócios, o mercado de alimentos orgânicos tem apresentado um crescimento significativo. Isso significa ter a oportunidade de aproveitar essa demanda crescente, considerando que alimentos orgânicos geralmente têm preços mais elevados, o que pode resultar em margens de lucro maiores para os produtores.
A produção orgânica também permite a diversificação de cultivos e a agregação de valor aos produtos. Por exemplo, a produção em sistemas agroflorestais combina o cultivo de alimentos com a produção de madeira, fibras ou plantas medicinais, ampliando as fontes de renda.

